quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Os Livros de 2018

Apesar de já estarmos no 2º mês do ano gregoriano, o Novo Ano Chinês foi há poucos dias, por isso posso (ainda) dizer:
"Bom ano a todos!"

Mas não foi para falar de Calendários que vim, mas sim para partilhar as minhas leituras de 2018 e buscar algumas inspirações vossas de leituras para 2019.

Não sei exatamente quantos livros li, pois nesta correria dos últimos tempos acabei por não fazer o que costumo fazer, que é a lista dos livros lidos. Decerto que um ou dois me irá escapar, por ser muito pequeno ou por não me ter impressionado especialmente. 

Mas há uns quantos que me ficaram na memória. Apesar de continuar a fazer o que comecei em 2016, este ano lá comprei dois livros novos. Não resisti, são de duas das minhas autoras favoritas, Isabel Allende e Joanne Harris. Mas continuei a dar voltas à minha biblioteca e às dos familiares e tive algumas agradáveis surpresas.

Uma dessas agradáveis surpresas foi o Pássaros Feridos de Colleen McCullough. Já morava na minha estante há vários anos, mas nunca o tinha lido. É um livro extenso, mas não era isso que me impedia de o ler. O que não me puxava para o ler era a série televisiva que passou em Portugal (há muitos anos atrás, com o David Carradine, penso eu...). Só me lembrava que era um amor proibido entre um padre e uma jovem e amores impossíveis não costumam fazer parte dos meus temas favoritos de leitura. 
Bem, neste caso foi puro preconceito. O livro foi uma surpresa enorme! Sim, aparece no livro um amor impossível entre um padre e uma jovem, mas a história é muito, mas muito mais que isso. É a história de uma família e dos seus vários elementos, da luta da vida na Nova Zelândia e Austrália do século XX, de emigração, de amores e desamores, vida e morte e as convenções sociais daquela altura. Um livro riquíssimo, que seguramente já está na lista dos meus favoritos💘.



Dentro deste estilo, também li dois livros da mesma autora (Zília Gonçalves): Janelas Imperfeitas e Janelas Imperfeitas - Volume II. É um retrato histórico da sociedade portuguesa, visto sempre pelo olhar feminino, uma vez que os dois livros têm como personagens principais mulheres. 
No primeiro volume conta a história de Maria do Rosário, nascida pobre e da sua luta ao longo da vida. É um retrato verdadeiro de como era a vida entre os finais do séc. XIX e o início do séc. XX.
No Volume 2, a história do primeiro livro entrelaça-se, embora não seja uma continuação directa. A personagem principal é agora Angélica Maria e é "um retrato da vida portuguesa do final da segunda ao final da quinta décadas do século XX". 
O estilo de escrita nota-se que ainda é um pouco "naif", uma vez que a autora não tinha experiência prévia de escrita e a estrutura dos livros poderia ser um pouco melhor. Mas a pesquisa histórica foi extensa e, para quem gosta destes retratos reais de outros tempos da nossa sociedade, estes livros são obrigatórios. Com muitas informações interessantes, apesar da escrita não o ser assim tanto. No entanto, estou a aguardar o lançamento do terceiro volume com um certo entusiasmo.
Estes dois livros moram na estante dos meus pais, uma vez que a autora é prima da minha mãe.

Dos livros que comprei no ano passado, o primeiro foi "Uma Questão de Classe" da Joanne Harris. Esta autora escreveu dois meus livros favoritos (Chocolate e A Praia Roubada) e adoro a forma como escreve. A sua escrita é muita vezes descrita como viciante e eu concordo. Tenho vários dos seus títulos e já li e reli todos eles. Há sempre uma certa aura de mistério e nunca conseguimos adivinhar o final, há sempre umas reviravoltas que nos trocam a lógica e que adoro!
"Uma Questão de Classe" passa-se em St. Oswald, o mesmo colégio antigo e cheio de mistérios e tradições do livro "Xeque ao Rei" e tem a mesma personagem principal, o professor Roy Straitley. Para quem gosta de mistérios com uma pitada de policial, este é um bom livro. 


O segundo livro dos livros comprados foi "O Jogo de Ripper", o primeiro policial escrito por Isabel Allende. Adoro a escrita desta autora, é muito envolvente e os seus personagens são sempre muito interessantes, bem como as suas histórias. 
Mesmo sendo um estilo de livro diferente do seu habitual, a qualidade da sua escrita é sempre fenomenal e, para mim, ela ganhou este desafio. Gostei muito e irei lê-lo novamente, de certeza. Junto com muito gosto mais este livro aos outros que já tenho da autora, na minha biblioteca pessoal.

Ainda no ano passado também reli um outro livro de Isabel Allende: "Eva Luna". Este foi dos primeiros livros que comprei desta escritora, ainda andava a tirar o curso (ou seja, já o tenho há perto de 20 anos😑) mas que já li seguramente umas 3 ou 4 vezes.

Li também "Sem Sangue" de Alessandro Baricco, um dos livros que vinham por 1€ na revista Sábado, há muitos anos atrás. Nunca me tinha despertado interesse e, para dizer a verdade, não gostei muito. Foi talvez o livro que menos gostei, dos que li no ano passado.
Não foi do tipo de escrita que não gostei. O tema em si e o final da história é que não me agarraram. Um pouco violento demais para o meu gosto. 


Ainda destes livros que vinham por 1€ (já lá vai o tempo em que havia promoções e ofertas de livros na compra de outros artigos...) e que ficaram esquecidos na estante, também li este ano a famosa "Crónica de uma Morte Anunciada" de Gabriel Garcia Marquez. Adorei a escrita e a forma como transformou um acontecimento violento, numa história deliciosa e muito agradável de ler. Penso que nunca li outro livro deste autor, o que é uma falha para mim. Gostei muito, talvez por ser um autor sul-americano. 

Não sei porquê, mas gosto muito da escrita e das histórias de muitos escritores sul-americanos. Talvez não sejam todos assim, mas dos que já li, a maioria são todos contadores de histórias fabulosos. Desde Isabel Allende até ao Jorge Amado, passando por Lygia Fagundes Telles, Luis Sepúlveda e António Skármeta (dos que me lembro de ter lido), tenho gostado de todos.

Para finalizar a lista de 2018 encontram-se os livros "O Véu Rasgado - A Minha Vida na Arábia Saudita" de Carmen Bin Laden - autobiografia que achei muito interessante - e "Justine" de Lawrence Durrel - que me custou muito acabar de ler. Não gostei, achei muito aborrecido.

Este ano já vou no segundo livro e, para não me esquecer da lista, comecei a tomar nota na agenda😏. Mas este assunto fica para outra altura.

Quais destes livros é que vocês conhecem? E que títulos/autores é que vocês aconselham para futuras leituras? 


sábado, 10 de novembro de 2018

Onde ando agora?

Sim, é a pergunta do momento. Assim de repente, já se passaram 8 meses desde que escrevi aqui pela última vez (a sério?!?!?!) e foi em menos de um fósforo que se passou tanto tempo.

Tenho muitas saudades do blogue e das pessoas que conheci através deste canal. Pessoas que durante tanto tempo me inspiraram e, sem saberem, me ajudaram a passar um dos períodos mais complicados da minha vida.

Com algumas destas pessoas ainda consigo comunicar e acompanhar algumas das suas novidades através do Instagram (onde vou agora mais vezes), mesmo não sendo de uma forma tão frequente como gostaria. Mas outras só contacto por aqui e por isso é que, apesar de poder parecer, este NÃO É um texto de despedida, não é um adeus. É mais um "Olá, apareço menos vezes, mas continuo por aqui. Está tudo bem, continuo ecológica, mas tenho menos tempo, pelo menos para já."

Como falei no post anterior, a minha vida sofreu algumas mudanças, que espero que me levem a outras (ainda) melhores. O tempo continua curto, mas a sustentabilidade continua a fazer parte da minha vida, isso não mudou.

Também no último post falei (e mostrei imagens) da minha horta. As couves foram as melhores que tive e as ervilhas deram tanto, mas tanto, que ainda tenho uns 2 quilos congelados. Mas infelizmente a horta ficou agora em stand-by, porque a nossa falta de meios para aproveitar aquele terreno é grande e, apesar de adorarmos os frutos do nosso trabalho e a paz que se consegue com aquelas actividades do campo, o nosso tempo também se tornou mais escasso.

A vida é feita de escolhas e essa foi a nossa. Mas também é feita de Sonhos e este sonho de cultivar a minha própria comida não desapareceu, muito pelo contrário. Continua com muita força e irá realizar-se novamente. Será apenas mais para a frente, num futuro que espero que seja próximo.
E ainda falando de sonhos, partilho convosco o meu mais recente. Sempre tendo como base a auto-sustentabilidade, este é outro projecto a dois (como era a horta). Eu e ele, em mais um projecto das nossas vidas em comum.

Convido-vos a conhecer o local onde, por agora, irei passar mais tempo: O Escritório.
Podem acompanhar o processo de transformação deste local, aqui na página do Instagram: https://www.instagram.com/o.escritorio.ci/  (não precisam de ter perfil no Instagram, podem visitar sempre que quiserem através desse link).
Este era um local que estava desaproveitado e só servia para guardar tralha, que foi transformado num escritório onde eu e ele podemos trabalhar e desenvolver os nossos negócios e marcas associadas. Ainda não está completo, mas está quase.

Deixo os vídeos abaixo para verem o antes e o agora (e ainda não totalmente finalizado...):




Podem também acompanhar a página do blogue no Instagram, onde vou mais vezes e partilho alguns dos passeios e outras curiosidades ecológicas, aqui: https://www.instagram.com/ecologica_quem_eu/

Obrigada a todos pelas mensagens, pela preocupação e pelo carinho. De vez em quando passarei por aqui, sim. Bom fim de semana e até breve!

domingo, 4 de março de 2018

A Horta de Março 2018

Sim, voltei. Ou melhor, não desapareci de vez. Assim, num piscar de olhos, passou-se mais de meio ano desde que escrevi aqui pela última vez. E já estamos num novo ano, no 3º mês!
Não se passou nada de especial, não houve nenhum evento catastrófico nem me deu vontade de fazer um jejum do blogue, não.
Apenas não tive tempo (há pouco mais de um ano embarquei numa aventura de criar o meu próprio negócio e isso dá muuuuiiiitooo trabalho). E quando tinha um tempinho, não tinha inspiração para escrever, parcialmente porque escrever, produzir conteúdos escritos, é uma das minhas tarefas (quase) diárias e isso desgasta a veia criativa. E quem pagou? O "Ecológica, quem? Eu?", claro.

Sim, porque eu continuei a ser ecológica, a fazer horta sem químicos, a reaproveitar todas as embalagens que podia, a reutilizar o possível, a fazer por diminuir o meu desperdício ao máximo, a evitar  o consumo desnecessário, a apreciar a natureza, a fazer desporto, a alimentar-me o mais equilibrada e saudavelmente possível e tudo mais o que fazia antes.
E sim, tinha (e tenho) sempre muitos assuntos que falar!
Só que não tinha tempo para partilhar. 

Mas eu tenho saudades, muitas. Da escrita, das pessoas que conheci por aqui, dos conhecimentos que adquiri, das inspirações...Por isso, sempre que puder virei cá escrever. E irei visitar os outros blogues que me inspiraram sempre. Porque me faz falta. Muita.

Mas deixemos-nos de justificações e vamos ao que interessa:
→ O que é que eu tenho este ano na horta?

Da horta de Inverno ando a apanhar couves, brócolos, rabanetes e espigos de couve e nabo.

(cabeça do brócolo não é muito grande, mas sei que ainda irá dar muitos broccolinis, ou seja, rebentos de brócolos)

(couve bacalã - finalmente um ano com couves fantásticas)
As cebolas que plantámos no final do ano passado já estão a criar cabeça e as ervilheiras, com esta chuva maravilhosa, estão que é um mimo 👌

(depois de tirada a erva, colocámos fagulha para atrasar o aparecimento de mais e para tornar a terra mais fofa)
No canto superior esquerdo da imagem abaixo, vêem-se alguns garrafões (metades) que servem de mini-estufas a uns pés de espinafres que plantei na semana passada. Agora é só esperar que peguem e que invadam essa parte do terreno, para poder ter espinafres frescos durante muitos anos.

(as ervilheiras com fetos secos, para diminuir o crescimentos das ervas daninhas)
As primeiras favas que plantámos nesta época também já estão todas jeitosas, bem crescidas e algumas já com flor. As da segunda rodada de plantação só agora começaram a espreitar.


Este ano, pela primeira vez não iremos comprar alfaces nem sementes, não porque nos tenham dado, mas porque no canteiro onde estiveram algumas no ano passado, nasceram umas dezenas. Houveram algumas que espigaram e deixaram sementes. E lá estão elas, espalhadas pelo canteiro, prontinhas para ir fazer consociação com outras culturas. É a maravilha da natureza a replicar-se a ela própria, sem interferências externas.

(a foto não é muito boa mas dá para ver a alface pequenina entre as folhas de oliveira)
Já plantámos também a cebola da época e desta vez juntámos uns pés de cebola roxa. Temos ainda mais dois canteiros de favas e ervilhas, um canteiro de alho francês, salsa, coentros, dois canteiros de beterrabas, sementes de pepino, um alfobre de cenouras, um de couve-flor e um de acelgas.

Falta ainda colocar abóboras, courgetes, feijão e talvez experimentemos melões e melancias novamente.
Uma das novidades da horta que ficaram por contar, foi a plantação de 3 árvores de fruto, na melhor altura para elas: o Outono. Assim, a horta fica mais completa com uma tangerineira, uma macieira (fuji) e uma pereira (pêra rocha). 
(três destas já estão na minha horta)

E assim fica completa a actualização da nossa horta. Até breve, espero 😄

Boa semana!!!!




segunda-feira, 31 de julho de 2017

Verão e Tomates

O Verão por aqui já vai longo (uma vez que começou em tempo de Primavera...) e por isso, este ano a horta acabou mais cedo. Já deixámos de regar quase tudo, excepto os tomateiros, que, com as cebolas, é o que resta da horta desta estação. Desistimos de pimentos, courgetes, abóboras, feijão-verde, melões... O calor é imenso e a chuva é ZERO há largos meses. E até as melancias que estavam tão bonitas acabaram por não resistir a esta seca imensa.

Não há rega que compense a água da chuva e como não usamos adubos químicos as plantas naturalmente ressentem-se e não produzem. Este ano nem courgetes, nem pepinos e as abóboras, os melões e as melancias nem vê-las, apesar do início tão prometedor.

Mas enfim, é assim mesmo, acaba por fazer parte do processo dos biohorticultores amadores.

O que continua a dar com força, são os tomates! Este ano, apesar do calor abrasador, os tomateiros têm produzido imenso. Nunca tivemos uma produção como esta. O que parece que ajudou foi termos coberto o local onde se encontram, com rede de ocultação. Aquela sombra ajudou a proteger as plantas do sol directo, mas sem tapar completamente.

Com uma produção destas acabo por usar tomates na cozinha todos os dias, seja em saladas, arroz, refogados, salteados e até já fiz por duas vezes molho de tomate caseiro, para congelar e ter sempre à mão, assim que passe esta altura tão generosa.


Esta foi a receita que usei:

- Para cada 2/2,5 kg de tomates aos cubos;
- 2 cenouras (para reduzir a acidez do tomate e adocicar);
- 2 a 3 cebolas médias;
- Meio pimento vermelho;
-  3 dentes de alho grandes;
- sal, mistura de pimentas e azeite q.b.
- manjerona q.b.

Coloquei tudo na liquidificadora e reduzi tudo a creme. 


Transferi tudo para um tacho largo e cozinhou durante aproximadamente meia hora em lume médio, até apurar e reduzir.


Deixei arrefecer e depois transferi para pequenas taças (neste caso foram embalagens de queijo fresco que vou guardando), que levei ao congelador de um dia para o outro.


Desenformei e guardei num saco num congelador.


Agora é só usar quando quiser: saboroso, sem trabalho e sem químicos. Tudo natural e (quase) tudo da minha horta.

Em relação aos trabalhos da horta, estamos em pausa, apenas vamos apanhando e regando os tomateiros. Recomeçaremos novamente em Setembro, com a esperança que este Outono seja mais normal.

Bom Agosto e até breve!

terça-feira, 13 de junho de 2017

Como Aproveitar Cascas de Legumes e Frutas.

Agora que muitos dos legumes que consumimos vêm da nossa horta, faz-me ainda mais confusão pôr no lixo as cascas e os talos que não uso.
E se alguns restos de legumes vão parar logicamente à caixa da compostagem*, outros vou-lhes dando usos diferentes.

* para fazer fertilizante biológico para usar na horta.
(cascas prontas para ir para a compostagem)
Restos de legumes (cascas de cenoura, folhas de alho francês, talos de couve):
- Cozem-se só em água e depois coa-se o líquido. Fica um delicioso e nutritivo caldo de legumes, para sopas e outros pratos;

Talos de couve flor e brócolos:
- Costumo juntar aos legumes do creme da sopa e depois passo tudo com a varinha mágica. Quando não tenho sopa para fazer, vou guardando no congelador, para utilização futura.

Cascas de alho:
- Coloco durante uns dias em água, num recipiente fechado a "marinar". Quando já está um líquido mais escuro está pronto para usar na horta. É um excelente repelente de insectos biológico (pulgões e outros). O cheiro é intenso, mas compensa.

(Cascas de alho em água: o aspecto não é grande coisa, mas é eficaz)
Cascas de citrinos:
- Juntando a vinagre branco, faz-se um limpa-tudo para a casa. Vejam as quantidades e tempo de infusão das cascas aqui.

Restos de limão:
- Se as cascas de limão podem ser usadas no limpa-tudo de citrinos, o restante do limão (parte branca, peles e alguma polpa) pode ser usada para limpar o microondas.

Restos de cebola (a parte da base com raízes):
- Relembrem aqui como cultivar novas cebolas ou cebolinhas, facilmente em casa.

Cascas de vagens (favas e ervilhas):
- Na altura das favas e das ervilhas, as cascas eram tantas que, em vez de as colocar misturadas na compostagem, colocava-as directamente na terra à volta das outras culturas. Para além de irem decompondo directamente no lugar dos outros legumes (dando azoto), a camada das cascas também ajudou a que as ervas daninhas não crescessem tão rápido.
 

Cascas de maçã:
- Aproveitando as cascas e os centros das maçãs, faz-se vinagre de maçã, que depois dá para aproveitar para variadíssimos usos. Esta receita ainda não experimentei, porque na verdade não costumo comer maçã muitas vezes. Mas já está na calha para teste, pois este ano a minha macieira Fuji está carregadinha! E estas maçãs, eu ADORO.

(as maçãs Fuji estão quase...)

E vocês, o que fazem às cascas?

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Benefícios da Beterraba Vermelha

Finalmente começámos a colher as beterrabas da época! Depois de um início algo lento, uma vez que as plantámos em Novembro do ano passado e tivemos de as transplantar em Janeiro para um local mais soalheiro, a espera recompensou e já colhemos por duas vezes.

(As duas vezes que já colhemos beterrabas - também fizeram parte do cabaz: ervilhas, favas, cebola roxa, couves)
E como são grandes as deste ano! Bem maiores do que as que plantámos no ano passado.
Este ano plantámos mais cedo e, quando vimos que elas não se desenvolviam, transplantámos grande parte para dois canteiros onde recebem bastante mais sol. Elas gostaram e, após esta semana de chuva, deram uma pulada daquelas!

(foto Instagram @ecologica_quem_eu)
Apesar de a beterraba não ser o meu legume favorito, gosto mais do sabor das minhas do que de qualquer outra que tenha provado. Antes obrigava-me a comer beterraba vermelha, pois diziam que tinha muito ferro e eu como já tive anemia uma vez, fazia esse esforço. Com estas não posso falar de esforço, pois o sabor doce sobrepõe-se ao sabor terroso que me fazia confusão.

Vamos então conferir os nutrientes deste vegetal de cor linda:
Sais Minerais - Potássio, Zinco, Manganês, Fósforo, Ferro;
Antioxidantes -Betaína,  Metionina, Flavonóides, Carotenoides;
Vitaminas - A, complexo B, C;

A beterraba tem ainda Nitrato e muita Fibra, que, juntamente com os outros nutrientes fazem dela um super-legume, com os seguintes efeitos na nossa saúde:
- Melhora a digestão e previne a obstipação;
- Ajuda no bom funcionamento do fígado;
- Auxilia na boa formação dos ossos;
- Fortalece o sistema imunológico;
- Protege o sistema nervoso central e ajuda na manutenção da saúde mental e na prevenção da demência;
- Diminui o mau colesterol e aumenta o bom, logo ajuda na prevenção de doenças cardiovasculares relacionadas;
- Melhora a circulação sanguínea;
- Retarda o envelhecimento, pois contém poderosos Antioxidantes;
- Ajuda a prevenir a anemia, não tanto pela quantidade de Ferro que possui, mas sim por também conter Vitamina C, o que faz com que esse Ferro seja mais facilmente absorvido pelo organismo;
- Estimula a produção de glóbulos vermelhos;
- Melhora a função muscular;
e mais.

Estes benefícios são mais que suficientes para se consumir beterraba, mesmo que não se adore. Entre sopas, saladas, sumos e até gelados, seja crua, cozida ou assada, a verdade é que não há desculpas para não consumir este legume.

(oito GRANDES beterrabas - completamente biológicas!)
Deste "ramalhete"de tubérculos biológicos de cor vibrante, metade foi para a minha mãe e agora há que arranjar novas receitas para aproveitar ao máximo todo o sabor e cor. A primeira já usei numa sopa e irei congelar algumas para continuar a usar assim. 
Mas também quero experimentar assar e fazer pickles. Aceitam-se sugestões de receitas diferentes que eu ainda tenho muitas mais para colher!

E vocês, gostam de beterraba?

domingo, 30 de abril de 2017

A Horta de Abril (2017)

No último dia de Abril, finalmente choveu alguma coisa, pelo menos o suficiente para não se ter que ir regar a horta hoje. Como a Primavera deste ano começou mascarada de Verão, este mês de Abril longe está do ditado popular "Em Abril, Águas Mil".

Mas apesar da fraquíssima precipitação deste ano, a nossa horta floresce. Graças à simpatia de um dos vizinhos, que gentilmente nos deixa usar a água do poço dele, conseguimos ir regando a horta e assim evitar que as nossas culturas sofram ainda mais com este tempo maluco (que me dizem das alterações climáticas, senhores incrédulos? ainda a negar?).

Apesar da fraca (ou praticamente inexistente) chuva e do calor (completamente) fora de tempo, as nossas culturas e as ervas crescem e florescem. Assim, já vamos colhendo algumas coisas, enquanto se plantam e semeiam outras.
(couve)
E o que é que já se apanha na nossa horta? Neste momento, apanham-se cebolas, couves diversas,  a primeira leva de ervilhas, alfaces, alho francês (ou poró), salsa (salsinha) e coentros. 

(As cebolas vão-se apanhando)
(vagens de ervilhas quase prontas para apanhar e descascar)
As primeiras favas que semeámos, apanharam em cheio a geada negra do Inverno passado e as que escaparam acabaram por não dar muitas vagens. Mas já deram para cozinhar 3 pratos com favas, por isso não me queixo. Agora é só esperar que as vagens das faveiras da segunda sementeira cresçam. 

(As primeiras vagens de favas)
Os brócolos já deram todos a "cabeça" principal, mas continuam a produzir pequenos rebentos, que ainda se vão apanhando.

(rebentos de brócolos)
Os rabanetes e os grelos já se apanharam e comeram. Agora estamos à espera que as flores amadureçam e dêem sementes, para podermos guardar para a próxima sementeira.

Mas como para colher, é preciso primeiro semear e plantar, as culturas da época já estão encaminhadas.

O cebolo da época já está na terra e desta vez foram plantados cerca de 160 pés.

(cebolo semeado na semana passada)

Este ano não precisámos de comprar tomateiros porque outro dos nossos vizinhos ofereceu-nos mudas de vários tipos, incluindo chucha, coração de boi e cereja.

(tomateiros nas suas covas)
(Os pimentos também já estão plantados)
O feijão-verde já nasce e desta vez colocámos uma parcela em consorciação com couves e alfaces.

(feijão-verde) 
Inspirada pela horta biológica da Eugénia (Horticasa), experimentei semear feijão preto e alguns dos feijões já germinaram. O feto seco foi colocado à volta dos rebentos para evitar que as ervas daninhas se desenvolvam tanto. Age como uma cobertura de protecção e mais tarde, alimentará a terra, quando decomposto.

(dois pés de feijão preto e uma pequena cucurbitácea desconhecida nascediça)

As abóboras-manteiga são outra das novidades da nossa horta. Depois da obsessão das abóboras do Outono passado, tinha que experimentar semear as sementes que aproveitei. E aqui estão elas, já nascidas:

(cova com 3 abóboras-manteiga)
(nesta cova só nasceu uma abóbora)
Este ano as sementeiras de Primavera que fizemos em copos não deram nada, por isso decidimos experimentar semear novamente, mas desta vez directamente na terra. E ainda bem que o fizemos, pois já temos pequenos rebentos de melões, courgetes (abobrinhas) e pepinos nascidos.

(melões)
Mas isto de ter uma horta não é só plantar/semear e colher. Há todo um sem número de tarefas que convém ir fazendo, principalmente nesta altura em que tudo floresce.

Uma dessas tarefas é tratar da saúde das ervas daninhas. E como não se usam herbicidas, que aqui é uma horta completamente biológica, temos que as catar à mão ou ao sacho.




















Depois de se ter tirado todas as ervas e o máximo de raízes possível, colocamos material seco, como fetos, fagulha ou palha, formando uma cobertura natural da terra. Assim, retarda-se o crescimento de ervas e, com o passar do tempo, esta "cobertura" acaba por se decompor e alimenta o solo.

E como este post já está a ficar longo, deixo-vos apenas mais algumas imagens dos restantes vegetais que se vão desenvolvendo pela nossa biohorta:
(alface manteiga quase pronta para apanhar)

(alface manteiga em alfobre)

(alho-francês ou poró)

(borragem em flor, levístico no vaso e alhos holandeses ao fundo)

(Alhos)

(couve-flor)

(couve penca de Mirandela)

(alhos holandeses e couves)

(segunda sementeira de favas e ervilhas)
A horta está cada vez maior e a dar cada vez mais trabalho, logicamente. Mas também está a dar cada vez mais frutos. E apesar da quantidade de fotos que partilhei hoje, ainda não mostrei tudo o que se passa naquele terreno. Mas isso fica para uma próxima vez :)

Se quiserem acompanhar as colheitas do dia e outras curiosidades da horta, passem pelo Instagram do blogue, que eu vou partilhando as novidades por lá.

https://www.instagram.com/ecologica_quem_eu/


Bom fim de semana!